terça-feira, agosto 29, 2006

Fly me to the moon

Enquanto minha cama nova não chega (assunto para um próximo post), vou falar dos meus novíssimos travesseiros da NASA.

É isso aí minha gente, da NASA. Muito fodão.

Ainda mais agora que tem astronauta Brasileiro. Quem sabe não me dão uma chance? Dormir na nave eu já to pró.

Já nem sei mais há quantos anos eu durmo(ia) com o mesmo travesseiro. Velho de guerra, cheio de marca de baba, todo surradinho o coitado. Minha mãe até colocou uma capa nele mas agora não teve como.

Pra ficar de acordo com a minha cama, que agora é de casal, dois travesseiros espaciais.

Fico imaginando qual seria vantagem real de se ter travesseiros da NASA. Sera que eu um dia desses eu vou acordar em gravidade zero? Tipo com a cabeça no ventilador de teto? Se isso acontecer estão implodindo meu prédio e não me avisaram.

E diz aí: astronauta usa travesseiro?

Basicamente estou há dois dias testando a novidade. É muito bom. Custou uma bala mas depois que eu “experimentei” na loja, não tive mais dúvida.

Tô dormindo mal pra cacete, com o pescoço doendo, a espuma do negócio cheira esquisito mas vamo lá, firme e forte.

To infinity and beyond!

sexta-feira, agosto 25, 2006

Candidato


Discussões políticas sempre dão o que falar. E abrir a boca é abrir fogo.

Mas vou defender meu candidato às eleições.

Vou votar no branco.

No branco ausente. Branco abstinente, inexistente, do não voto.

No branco da limpeza. De clareza.

Uma cor imaculada, intacta, imparcial.

Nenhuma tem tanto significado.

Apesar de vazio, meu voto é o mais completo.

E eu acredito firmemente no meu candido candidato.

Se todos os dias eu sujo as mãos lendo os jornais, agora é a hora de dizer: agora eu as lavo.

Lavo as mãos para limpar o Brasil.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Noche Perra

Sair durante a semana tem seus poréns. Os meus dizem respeito ao horário de voltar para casa. Nunca fui daqueles que encaram uma noite na balada em plena terça-feira, chegam 5 horas da manhã em casa depois de passar por 2 bares, 1 danceteria, 1 barraquinha de cachorro quente e depois de dormir duas horinhas, tomam um RedBull e vão pro trabalho.

Nem aos 18, nem aos 25 e muito menos agora, aos 30 anos.

Talvez por isso, por sempre ter sido assim, não sei se meu pique é tão diferente daquele que eu tinha há 10 ou 12 anos atrás.

Ontem saí pra tomar uma cerveja e bater um papo com um velho amigo. Estávamos marcando essa maldita há meses. Dois publicitários. Esse bando de gente sem tempo.

Cheguei cedo em casa. Por volta das 23:00 já estava afundado no sofá, levemente alcoolizado, zapeando porcarias na TV. E ontem a TV era coisa de bêbado mesmo. Tinha desde neguinho dando lição de moral no Justus, a atriz porno-satânica na Gimenes.

Zero horas. Fui dormir.


Por volta da 1:00. acordei com os gritos dos pasteizinhos de queijo que comi no boteco. Rolou um cala boca com ENO.

Dormi.

Ás 2:30 da manhã, um infeliz resolveu buzinar madrugada adentro. Ele buzinou o carro durante uma hora e meia, sem parar. Em buzinadas que duravam de cinco à seis minutos ininterruptos. Fiquei acordado imaginando o que se passaria com ele, se o motivo dele pra buzinar era tão importante a ponto de acordar um quarteirão inteiro durante parte da noite, xingando a mãe dele e fazendo planos de desmontar a minha arara de roupas só pra ter uma barra de ferro pra estourar todos os vidros do carro desse desgraçado.

O frio, a preguiça e os pastéis me mantiveram debaixo das cobertas.

Dormi de novo.

As 7:30 da manhã, meu despertador toca:

“56, 56, 56, sem barba ou com barba MEU NOME É ENÉAS”.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Gente fina, elegante e sincera.

E lá estou eu, domingão à noite indo no shopping Iguatemi. Que fique bem claro que domingo à noite é o momento do auge do bode da semana e eu odeio o Iguatemi com todas as minhas forças. Lugar que me embrulha o estômago, muito cheio daquela gentinha fina, elegante e sincera. Mas depois de receber algumas ameaças de morte e chantagens emocionais femininas, lá fui eu.

Estacionamento bombando. Os sete andares totalmente lotados. Eu, o rei da paciência, vou direto para o sétimo.

Andar inteirinho tomado. Mas uma boa notícia (finalmente...) ninguém esperando vaga além de mim. Em alguns segundos, um casal sai do elevador e eu pergunto se eles estão saindo. Eles apontam o carro, dou uma rezinha, ligo meu pisca-alerta e espero.

Nesse meio tempo, 2 ou 3 carros se somam atrás de mim esperando pacientemente o dono da vaga manobrar uma L200 pra sair daquele espaço em que mal cabe um cinqueccento.

É aí que tudo acontece.

Na contramão, vem belo e formoso um cara. Por enquanto vamos chamá-lo apenas de cara.

O cara, no seu Corola último tipo, pára do outro lado da vaga enquanto o nosso amigo da caminhonete está saindo.

Por um segundo você pensa consigo mesmo: ele não vai fazer isso, ele não vai ter a cara de pau de parar na vaga.

Sim, ele vai.

Pois foi só o primeiro sair que ele avançou no meu carro, deu ré e começou a estacionar.

No primeiro sinal de que ele ia parar, eu disparei a buzinar, jogar farol e gritar pela janela.

Fiquei louco. Mas louco mesmo ficou o cara que tava atrás de mim, simplesmente aguardando eu parar o carro pra continuar em frente. O sujeito ficou indignado e começou a xingar o palhaço (palhaço é como chamaremos o cara a partir de agora).

E não é que o Bozo saiu do carro e partiu pra ignorância? Esbravejando que não tinha me visto lá esperando (nem viu meu pisca, nem meu farol alto, nem ouviu minha buzina e muito menos meus gritos) os dois quase saíram na mão.

O Arrelia voltou pro carro me encarando feio e perguntou:

- Que que foi, nunca viu não?

- Pois é né, só sua mãe faz filho esperto.

- Que e que foi?

- Vai meu filho, vaza daí logo que eu quero parar meu carro.

Pra cima de mim ele não partiu. Talvez porque eu estivesse com mais um amigo meu no carro e, no auge da macheza, o palhaço tivesse pensado duas vezes.

Pegou o carro e saiu.

E no banco de trás do carro, duas menininhas. Provavelmente as filhinhas do Bozo.

Papai, além de bancar o espertão, deu vexame.

Por causa de uma importantíssima, inigualável e soberba vaga de estacionamento.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Cândida on the rocks

Há 3 semanas eu tenho uma empregada.

É, porque por menor que seja o meu apartamento, chegar em casa e fazer faxina não dá. Não mesmo.

Ela vai às sextas-feiras. Pra deixar a casa limpa e em ordem pro fim de semana. Agora que eu tenho cadeiras na sala de jantar, já posso receber os amigos em doses homeopáticas.

O nome da minha empregada nova é Jô.

E no auge da minha inexperiência com produtos de limpeza, estou passando por alguns questionamentos.

As primeiras palavras que eu ouvi da mulher fora:

- Seu Gastón, eu gasto muito detergente. Limpo tudo com detergente.

Ok. Ela usa detergente. Muito detergente. Mas muito quanto?

Depois do primeiro dia de faxina em casa, constatei que a Jô matou um tubo inteirinho de Limpol e quase um litro de Cândida.

Detalhe: meu apartamento tem 60 metros quadrados, poucos móveis, dois banheiros* que não dá pra se enxugar e coçar o dedão do pé ao mesmo tempo.

- Jô.

- Que foi seu Gastón.

- Jô, você tá gastando muita Cândida (isso sem falar no detergente que vc bebeu todo...)

- É?

- É Jô. Assim minhas pastilhas verdes vão desintegrar em um mês.

- É.

- É Jô.

- Pois é sabe seu Gastón, eu não to acostumada. É que na casa do seu Rodolfo ele pede que é pra eu usar um monte de cândida no piso que é branquinho sabe. Ele gosta bem branquinho.

- Então Jô, eu gosto do meu bem verdinho. E a cândida você só vai usar pra limpar o banheiro, pra não encardir o meu rejunte. Só no banheiro. Então o negócio é o seguinte: balde, água, sabão em pó e duas tampinhas de cândida para limpar os DOIS banheiros.

- Ai, ta bom seu Gastón, o sinhô me disculpa viu.

- Não se preocupa não Jô. Só manera.

Fui ao supermercado comprar mais cândida e detergente. Comprei logo 2 de cada.

Duas semanas depois, ou seja, duas faxinas depois, lembrei de dar uma olhada em como andava o nível dos estoques de produtos de limpeza da minha casa. Constatei que ela entendeu o recado. Havia aproximadamente 4 tampinhas a menos de Cândida na embalagem.

O que me deixou encafifado é que o detergente passou de 1 tubo para dois dedinhos por faxina.

Das duas uma: ou no primeiro dia ela levou pra casa um saquinho cheio de detergente, ou me entendeu errado e limpou meu apartamento por fora também.

Ou ainda quem sabe resolveu economizar de vez e limpar tudo com cuspe.

Outra coisa que anda me tirando a paz é sobre o nome da Jô.

E não faço idéia do que vem depois do “jota” e do “o”. Dá até medo de perguntar.

A propósito, vou lançar a primeira promoção desse Blog.

Respondam a seguinte pergunta: Qual é o nome da Jô. Deixe seu palpite junto com o comentário clicando em “Hablando Portunõl” no final desse post. A promoção é valida em todo o território nacional* *.

Os ganhadores levam um litro de Cândida.



*Meu banheiro não tem azulejo nas paredes. Ele é pintados de branco e tem piso, rodapé e parte interna do box de pastilhas. E o Lavabo segue o mesmo estilo porém sem o box.


**Promoção não válida para o Senhor Rodolfo Barreto. A Jô faz faxina no apartamento dele também.





segunda-feira, agosto 14, 2006

Like a Rolling Stone

E foi-se mais um dia dos pais.

Me lembro de uma dessas vezes em que os Stones vieram para o Brasil, quando o Mick Jagger completou 60 anos.

Engraçado é que meu pai também estava se tornando um sexagenário. E nunca teve nenhum disco dos Stones.

O Mick Jagger, magrelo que nem uma lombriga, rebolando e se jogando de um lado pro outro do palco, duas, três horas.

Meu pai ouvindo um disco do Aznavour, lendo o jornal, no sofá, duas, três horas.

Sou mil vezes ser filho do meu Pai do que do Mick Jagger (principalmente correndo o risco de a minha mãe ser a Luciana Gimenes...).

Gosto dele assim. Caretão mesmo.

Meu pai não ouviu nem Stones, nem Beatles e muito menos Chuck Berry.

O mais perto do Berry que ele chegou foi no natal do ano passado quando me pediu um CD do Berry White.

Trabalhou de terno e gravata durante os 47 anos de profissão. Aliás, trabalhou sempre no mesmo lugar. Começou como office boy no banco aos 15 anos e se aposentou como diretor aos 62.

Nunca vi meu pai de camiseta, nem de bermuda e muito menos calçando tênis.

E quando chega o dia dos pais, tenho sempre um grave problema: encontrar um presente.

Sim, camisetas, bermudas, tênis e discos dos Stones estão fora de questão.

Bem que no ano passado resolvi arriscar e dar um par de Adidas pra ele fazer as caminhadas diárias pelo quarteirão. Afinal de contas havia ali uma oportunidade única de ver um desses no pé do meu pai.

Ele abriu a caixa e me perguntou:

- O que é isso?

Ta lá o tênis branquinho dentro do armário. E ta lá o meu pai de calça jeans Pierre Cardin, cinto, camisa e sapato caminhando apressado pelo quarteirão, como se tivesse esquecido a carteira na padaria e voltasse pra apanhá-la.

Esse ano aprendi a lição: dei um par de sapatos. Não dá mesmo pra mudar alguém depois de 67 primaveras. Se ele gostou? Claro, é a marca de sapato que ele usa, da cor que ele gosta e vai substituir o que ele já tem nos pés porque está ficando meio surrado.

Nesses 30 anos de existência, me lembro de vê-lo radiante com um presente que eu dei uma única vez na vida. Foi quando eu comprei pra ele um daqueles bonezinhos de feltro italianos. O homem imediatamente enfiou o boné na cabeça e estampou um sorriso indissolúvel no rosto.

Esse é o meu velho.

De quem herdei o habito de ler jornal todos os dias, o gosto pela música francesa, o nó na gravata e o prazer de molhar no molho do macarrão com um naco de pão.

De quem herdei os olhos, a boca e o queixo.

De quem herdei o caráter, a retidão e o amor pela vida.

Esse sou eu.

terça-feira, agosto 08, 2006

Reunião dos Búfalos

Motivo para se reunir existe um monte.

Agora, fazer parte de um clube faz o mané se sentir importante. Acredite, quando um monte de manés se juntam, deixam de ser manés para serem sócios.

Não é fantástico?

- Você é mané?
- Não, olha aqui minha carteirinha!

Eu olho com certa desconfiança. Esses sujeitos que se reúnem toda hora pra falar de sei lá o quê, é bem esquisito.

- Pera aí, não tem mulher aqui?
- Não, mulheres não são aceitas nas reuniões.
- Ahnn... taxi!!!

O que me incomoda é o cara que entra pra essas comunidades e se acha o rei da cocada por causa disso.

Enquanto isso, Wilma Flinston fica em casa... Coincidência ou a reunião dos Búfalos tinha como traje obrigatório um chapéu com chifres?

Já ouvi de muito marmanjo que em primeiro lugar vem a Moto (Carro, Skate, Charuto, Poker...), depois a mulher, depois os filhos e depois o curinthia. Isso quando o Curinthia não vem antes da Moto.

Mas é do ser humano se agrupar entre afins para justificar sua própria existência.

Eu já sou do time que tá afins de perpetuar a existência dos seres humanos se é que você me entende...

segunda-feira, agosto 07, 2006

Siga aquela torta.

Quando a gente está de dieta, coisas estranhas acontecem.

Hoje cedo, vindo pro trabalho, eu posso jurar que tinha uma torta de morango me pedindo passagem na Marginal.

Não dei bola, afinal de contas, não precisava mesmo dar passagem se aquilo era uma alucinação.

E não é que logo atrás da torta de morango vinha um furgão da Ofner?

Preciso de açucar.

sexta-feira, agosto 04, 2006

A mangueira de ouro

Não meninas não se animem. Não é nada disso que vocês estão pensando. Veja bem, não é disso que eu tô falando. É que caiu o último bastião da minha cozinha de solteiro: eu tenho um fogão.

Sim, eu tenho uma mangueira de ouro e um fogão. Entendam como quiser.

Eu tenho um fogão que, provavelmente, nunca conhecerá uma frigideira com um ovo frito. Mas que logo no primeiro dia já soube o que é uma pizza da Sadia.

E onde é que entra a minha mangueira de ouro nessa história (ok, parei com o duplo-sentido)?

Bom, liguei a autorizada da marca do eletrodoméstico em questão. Só estou em casa aos sábados e, portanto, tive que desembolsar módicos 10 reais pela visita do técnico.

Chega na minha casa um senhor franzino de uns 60 anos, com oclinhos na ponta do nariz e maletinha à tira-colo. Sem dizer uma palavra e usando três movimentos, desmonta a caixa e transporta o aparato para a cozinha.

Faz uma ligação daqui, aperta um parafuso dali, desaperta uma porca do outro lado...

Tira da sacola um conversor e uma mangueira para ligar o gás de rua.

Encaixa, aperta, testa.

Fogão instalado.

Rápido, prático, ninja.

- O senhor me deve 103 reais.

Entendeu agora porque a mangueira é de ouro?

terça-feira, agosto 01, 2006

O Pé do Pedro é Preto.

Tem nome que nasceu pra virar ÃO. (ou inho).

Não tem como. As pessoas não conseguem chamar o sujeito normalmente. Ou ele vira um cara enorme ou um sujeito pequeninho.

Tem o Pedro, por exemplo. Dá pra chamar alguém de Pedro?

Quando é criança, fica Pedrinho e quando cresce, vira Pedrão. Isso sem falar no Pedrones, no Pedroso, no Pedroca ou no Pedregulho.

- Ô Pedro, chega aqui.
- E aí, Pedro, tudo beleza?
- Fala Pedro, você vem ou não vem?

Agora leia as mesmas expressões modificadas:

- Ô Pedrão, chega aqui.
- Ô Pedrão, tudo beleza?
- Fala Pedrão, você vem ou não vem?

Sei lá, não sei explicar. Dá um certo alívio vocal chamar o cara de Pedrão. Pedro tira toda a descontração.

Não dá, por exemplo, pra dar uma notícia boa pra um Pedro, me desculpa.

- Olha Pedro, parabéns viu.

Ah, não, assim todo mundo morre de desgosto.

- Aeh Pedrão, parabéns seu viado!!!

Pronto, aí sim o cara fica contente.

Também é impossível convidar o Pedro pra tomar uma cerveja no boteco. Ou vai o Pedrão, ou cada um pra sua casa.

E eu tenho um amigo Pedro que não atende por qualquer outra variação do próprio nome. Ele se recusa terminantemente. Odeia ser chamado de Pedrão com todas as forças.

E a gente reúne todas as forças pra chamar ele de Pedro. Pô, mas o cara tem 1,90m!

Mas aumentativo não é exclusividade de um nome só.

Tem o Claudião, o Maurão, o Carlão...

Mas nome bacana mesmo é Gastão. Esse já vem no aumentativo ;0)

 
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