Falência múltipla dos afazeres.
Quando a gente é criança, uma das coisas mais divertidas que pode acontecer é acabar a luz. Ficar com a casa cheia de velas, brincar de lanterna, ver sua família toda reunida na sala conversando pro tempo passar. Aliás, só assim mesmo pra maioria das famílias passar uma hora batendo papo.
Também não posso negar que sempre torço pra acabar a luz no trabalho. Daquelas de mandar todo mundo pra casa porque a eletropaulo falou que só volta as 22:00.
Mas, num apartamento do 13º andar, domingão à noite, sozinho e pra lá de crescidinho, que porre que é ficar sem eletricidade.
Primeiro caiu só uma das fases. Tudo aceso, web rolando mas fiquei sem televisão (ainda bem que não tava passando o jogo do verdão, se não eu ia ficar louco da vida), rádio relógio, telefone e, o mais grave, elevador. Preso nas masmorras. E eu precisando fazer compras já que a geladeira aqui de casa tem meio melão e umas cervejas.
Alguns minutos depois, breu total.
Bom, o negócio então foi tirar o melão do caminho, abrir uma stella, ficar sentadão na varanda, pegar o ipod e tentar roubar a rede wi-fi de algum vizinho abonado e iluminado nesse domingão neandertal que eu me vejo obrigado a viver.
Tive algum sucesso e consegui checar meus zero novos e-mails.
Não dá nem pra pedir uma pizza.
O que me salvou do tédio absoluto? A bateria do meu notebook enquanto escrevo esse post, claro.
Claro, não, foi no escuro mesmo.