Sessão angústia
Teu emprego tá uma porcaria? Teu salário é uma merreca? Tua namorada é um bagulho que dá vergonha de apresentar pros amigos? Teu chefe é um carrasco? Tua conta tá dois pau no negativo? Teu IPVA veio acima dos mil e quinhentos reais? Tu é corno? Tua sogra mora com você? Tua empregada tá manguaçando aquele licor que você guarda pras visitas? Teu vizinho de lado é uma igreja evangélica?
Depois desse monte de questões existenciais para medir o grau da lama em que você se encontra, preciso parar subitamente esse post para informar o seguinte:
Eu fui ver um filme, esse texto aqui é sobre ele e eu vou contar o final. Então já vou deixando bem claro pra quem quiser assistir “A procura da felicidade” de que algo pode sair errado na sua próxima ida ao cinema se você fizer questão de ler esse post.
Por isso estou te dando dois caminhos a serem seguidos:
1- Se não tá nem aí pra esse filme ou já assistiu, continue lendo.
2- Se não vê a hora de assistir, pare nesse parágrafo, assista e depois volte aqui pra terminar meu post.
Combinado?
Para os insistentes, vamos em frente.
Como eu ia dizendo, nesse fim de semana eu fui no cinema assistir "A Procura da felicidade". Olha, não encontrei viu. Minha mãe já ia me chamar de cegueta e me mandar procurar direito. Mas achar felicidade nesse filme tá duro.
Sabe aquelas cenas que a gente fica meio angustiado porque o personagem tá se dando muito mal? Então, agora imagina um filme inteiro só disso.
É uma surra.
São 117 minutos de duração. 115 vendo o cara se fuder de todas as maneiras possíveis e imagináveis que um ser humano é capaz nessa pobre existência terrena.
Aí no fim, quando você já tá tirando um daqueles tarja preta do bolso e ligando pra sua terapeuta, rolam 2 minutos dele se dando bem. É, hollywood né...
O cara é pobre. A mulher dele é uma megera. Ele investiu tudo o que tinha numas maquinas que ele tem que vender e ninguém quer. Aí ele perde a megera, o carro, o trabalho, a casa, o quarto de hotel, metade dos pertences, o sapato, a camisa, o amigo, o horário, o brinquedo do filho, o ônibus, a hora do albergue (ele vai parar num albergue pra mendigo), é roubado duas vezes, atropelado, preso, multado, tem a conta bancária rapelada pelo fisco...
Pra piorar, a estória é baseada em fatos reais.
Você sai do cinema com uma mistura de alívio por ter uma vida melhor e uma vontade de ir pra casa pra se certificar disso.
Cheguei no meu apartamento, liguei a tv no Discovery Kids e comecei a assistir Jay-Jay o aviãozinho. Era o máximo de pessimismo que eu podia encarar.
Sai zica...
7 Comments:
pelo menos isso, serve pra gente valorizar a vida que tem!!
beijos beibe! vou morrer de saudades...
10:28 PM
Eu não li porque quero ver. Ou é melhor ler e não ver? Se você me contar o final eu me vingo contando como termina o nono capítulo da terceira temporada de Lost.
12:27 AM
A angústia mais angustiada de todas! rs
Dá tudo errado! O tempo todo!!!!!
Minha vida virou o paraíso...
8:04 AM
Gente, dei vexame no cinema vendo esse filme. Comecei a chorar e depois a rir de tanto que eu chorava, e saí de lá com a certeza de que estou alguns passos mais próxima da loucura.
10:03 AM
Gasta, sou do time da mc, saí direto pro assoadouro de nariz, de tanta gente que tinha lá fazendo o mesmo...
Vc reparou que o verdadeiro Chris Gardner passa na última cena? Ela cruza a rua e o Will Smith ainda olha sorrindo pra ele...
Vi o cara na Oprah. Tudo foi real mesmo, até a cena em que eles dormem no banheiro foi filmada no MESMO banheiro em que rolou a cena real...
Hoje o cara é milionário, logicamente filantropo e super família... Uma frase dele que não esqueço foi:
"Meu avô abandonou meu pai. Meu pai me abandonou. Eu sou feliz por que quebrei o ciclo, e sei que meus netos não serão jamais abandonados pelo pai..."
Filmaçooooo
beijos
11:01 AM
É, eu tb saí dando showzinho de choro.. é foda, eu nao quero chorar mas os olhos não obedecem!!! A cena que eu desabei foi a que ele recebe o emprego.. vai ser bom ator assim na Argélia! O Will Smiyh impressionou naquela cena.. mas tb saí com a sensação que reclamo demais e que nao tenho a garra que poderia ter na vida.. é foda qd nos encontramos recolhidos à nossa insignificância!
bjj, Caia
1:33 PM
Gaston, você está sendo cruel. Vai dizer que não fungou nem por um segundo quando o cara começa a tremer o queixo porque ganhou finalmente o emprego, depois de trabalhar seis meses de graça, estudando de madrugada, na janela (porque não tem luz), sem casa, sem comida e sem carinho? Ora, seu... seu... seu desalmado!
6:49 PM
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