Carreira futebolística.
Requentadas de fim de semana. Aproveitando o tema do post anterior, tirei da sanduicheira esse texto aqui sobre minha trajetória dentro do futebol. Se é qye podemos chamar isso de trajetória.
Gastón.
Eu sou o maior perna de pau que eu conheço. E pra piorar não me atrevo a jogar bola há uns 10 anos (para o bem geral da nação de chuteiras).
Meu pai bem que tentou me colocar na escolinha do clube, foi assistir meia dúzia de jogos no colégio, mas logo percebeu que o Milan não ia se interessar pelo meu passe.
Por falar no colégio, desde o primário eu me lembro de ser um daqueles três últimos a ser escolhido pro time na aula de educação física. Sempre sobrava o Boi, o Kussuka e eu.
Eu ia pro gol. O Boi era dono de um belo Landau (o único que ia de carro pro colégio), fumava charutos, bebia Balantines 12 anos e já tinha problema de colesterol aos 15. O Kussuka detinha o recorde de BigMacs numa só refeição com a incrível marca de 8 sanduíches. Esses eram os meus dois fiéis escudeiros, meus zagueiros com carta branca pra esmagar as costelas de quem ousasse se aproximar da pequena área. É, imagina um japonês fã de Iron Maiden de 130 quilos atrás de você (lembra do Indiana Jones correndo daquela pedra?)... e depois de driblá-lo ainda me vem um Armênio sem amor a vida pela frente... pois é. Sua única chance era colocar uma gostosa no alambrado pra distrair a zaga.
Mas a minha carreira futebolística teve seu auge em outro lugar. Em dois belíssimos terrenos baldios da rua onde eu morava ficavam as suntuosas instalações do PIAVE FUTEBOL CLUBE.
Um belo conjunto de mato e lixo maravilhosamente capinados pelo vigia da manhã pra alegria da molecada que já não agüentava mais parar o jogo pra esperar algum carro passar.
As traves eram canos de PVC e nossa arquibancada ficava em cima de um belo muro com capacidade para 20 pessoas.
Os uniformes eram calções pretos e camisa branca. Exigência da maioria do time que era de corinthianos. Ninguém é perfeito. O símbolo nós nunca chegamos a bordar na camisa, mas fui eu que desenhei. Era algo como uma águia e um triângulo... uma beleza.
A escalação oficial: Guilherme no gol, Fernando e Japonês na zaga. No meio campo eu e o caçula João Paulinho. O Ataque tinha os irmãos Thiago e Guga. Técnico: Cebola.
É claro que, como todo time que se presa, acabamos encontrando nosso arqui-rival: o temível time da rua de cima. Rivalidade é pouco. Zé Limão, Tubarão, Zinha... só nome esquisito. Ganhar desses caras era uma questão de honra, de poder sair na rua de cabeça erguida, com a bola debaixo do braço e a garantia de ter nosso terrão batido imaculado pelas vitórias.
Era um medo tão grande dos dois lados, um nervosismo tamanho que nos enfrentamos apenas 3 vezes. Os dois primeiros certames foram no nosso campo. Uma vitória apertadíssima pra cada lado. A “nega” teve que ser em campo neutro, numa quadra de um clube perto de casa. Ganhamos de 1x0 com gol do canela do João no começo do segundo tempo.
Cresecemos, penduramos as chuteiras e metade do time já não mora mais ali. Agora a sede do PIAVE FUTEBOL CLUBE deu lugar a duas casas enormes.
Mas a gente ganhou a “nega” e isso ninguém tira.
Meu Deus, e que golaço de canela!
3 Comments:
Parece narrativa de historinha do Cebolinha e do Cascão: as partidas de futebol contra o time da rua de cima.
4:40 PM
Clau, hehehe é um pouco isso mesmo eu acho. Só que eu não sou o cascão!
5:22 PM
Nossa gastones, sabe cena de túnel do tempo????? Você cai voando, gritando e girando e dá de cara com..... Kussuka!!!! nossa, gasta, voltei muito no tempo, lembrei-me vagamente da figura do Kussuka e bateu muita saudades da escola, pra variar....
beijos
8:35 AM
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