Matematicamente inviável
Nulo. Um conjunto vazio.
Quarta, quinta, sexta, sétima e oitava série. A soma das minhas notas de boletim nesses seis anos não dá uma boa.
O que? São cinco anos? Foi mal.
Pois é, minha carreira de péssimo aluno em matérias de exatas começou cedo. Enquanto os outros iam pra olimpíada de matemática, eu ganhava os concursos de desenho.
No primeiro, segundo e terceiro colegial o resultado também não foi lá muito diferente do restante. Sempre levando nota baixa pra casa e indo pra aula particular no carro da minha mãe.
A professora já tinha até uma caneta com meu nome gravado nela. Uma Bic vermelha pra corrigir minhas provas.
Por falar em professora, houveram duas em especial que me fizeram comer o pão que diabo multiplicou.
A primeira foi uma do ginásio. A Ana Maria, ou Ana Gorda como eu sempre preferi chamá-la, é a professora que eu mais odeio até hoje em toda minha existência. É daquelas que se eu cruzar na rua ponho o pé pra ela tropeçar. Digamos que essa mulher me chamou de moleque burro na frente da classe toda depois de me entregar uma prova que eu fui mal. Terça e quinta eram os dias que eu não queria sair da cama, era meu pesadelo ir pra aula por conta daquela nojenta. Passei de ano. Raspando mas passei.
Aí veio o terror em forma de gente: a Christine. Meu deus do céu como eu apanhei. Nunca me fodi tanto na vida como naquele primeiro colegial. E o pior é que Chris era uma professora muito legal. Uma javanesa, cor de jambo e com uma boquinha bem pequeninha pintada de vermelho. Quase uma caricatura. Tinha decorado todos os números de todos os alunos de todas as salas onde ela dava aula. Um computador ambulante. Até a voz dela era meio de robô.
No meu primeiro colegial, devo ter feito uma média de 25 provas durante o ano (não confie muito nos meus cálculos). Pois basta dizer que foram 24 notas vermelhas e uma azul. Na última chance. Na recuperação. E ainda foi uma notinha daquelas suficientes pra passar.
E em colégio de freira, sabe como é né. Toda vez que eu olhava pra cima da lousa na minha sala, tava lá Jesus pregado num sinal de mais.
Pitágoras me chicoteia.
Acabou a escola e no vestibular eu fazia a prova de matemática em 2 minutos. Chutava tudo “C” e partia pra algo mais prazeroso como redação. Bom, as coisas não mudaram muito.
Não adianta, sempre fui um cara de artes e humanidades.
Adoro minha calculadora do windows e detesto fazer divisão em restaurante.
Tem gente que sonha que tá caindo, que tá indo pra escola sem sapato ou que tá morrendo afogado.
Eu não, meu pesadelo é uma prova da Ana Gorda sobre equação do segundo grau.
15 Comments:
Ana Maria..... Você não era o único, Gasta! Acho que ela deveria ter falta crônica de sexo, por que xingava todos a torto e direito! Eu tb a odiava!
Ela chegou a me agredir fisicamente na 5 série!!!
Minha mãe foi na coordenação conversar com ela, pois eu TAMBÉM não queria sair da cama em dia de matemática, e eu fiquei no carro, ali, na porta da coordenação, esperando, tremendo de medo do aftershock!
De repente, sai aquela peste, rolando da sala, sozinha! Ela veio diretamente até mim,(na época não tínhamos vidro elétrico, não de tempo de subir) e ela simplesmente me chacoalhou pelos ombros, enquanto me perguntava por que eu falei dela pra minha mãe!!!!!!
Até hoje tenho traumas, e aposto que se perguntarmos aos alunos dela, 99% também terão!!!
beijo
8:04 AM
Putz! Eu tinha uma se chamava Profª Yoko, japonesa duscaraio e gorda também. Acredite, ela me repetiu na 1ª série. FDP.
Feliz 2007 amigo.
Abração
11:13 AM
eu era igualzinha. e tive a tia Din, na terceira série, que deixou a classe inteira imitar o som de jegue depois que eu zerei numa prova.
11:45 AM
Tati, que trash! Meu, aquela vaca tem uma legião de ex-alunos inimigos.
Grande Michel, bombar alguém na primeira série é maldade meu amigo. Um 2007 sensacional pra vc também.
Rânei, hahahahahaha... que história bizarra!! Meu, de onde as pessoas tiram isso? Didática zero né? Hoje em dia dá processo por danos morais.
1:22 PM
Que tortura... eu também pastei com a tia Dim, mas a MC pagou os pecados já cometidos e ficou com crédito "a cometer"...
Depois da monstra, só tive professores fofos de matemática, mas nem assim entrava na minha cabeça. Adorava os professores, o Regi, a Luiza, o Colombo de matemática financeira na facul... mas aprender que é bom, NUNCA!
1:27 PM
Gastón, minha mãe era professora de matemática. Isso é um trauma grande, bem grande, ainda mais para alguém que fez Belas Artes como eu.
bjs e bom natal
2:15 PM
PS. Fica registrado que em 2007 vou cobrar um encontro entre os blogueiros.... Foi muito bom conhecer e ler histórias incríveis. bjs
2:22 PM
"Toda vez que eu olhava pra cima da lousa na minha sala, tava lá Jesus pregado num sinal de mais."
Essa foi a melhor de todas.
E se você não receber presente de Natal, já sabe o porquê.
3:43 PM
Gastón
no terceiro ano, desisti de aprender Geometria Espacial, depois de ter ficado em recuperação em todos os bimestres nos quais a matéria aparecia.
No último bimestre do terceiro ano, apelei: fui até meu professor com o seguinte discurso:
- professor, eu vou ser jornalista. Não adianta que nao consigo aprender geometria espacial. vou perder o ano por causa disso e não acho justo que eu não possa fazer a faculdade que quero por conta de algo que nunca mais verei na vida.
Acredita que na minha prova de recuperação de Geometria Espacial havia apenas uma única questão sobre o assunto? E facílima?
beijo
Cláudia
4:13 PM
Ah, a Re e eu tivemos tramissão de pensamento, fiquei morrendo de vontade de agitar um amigo secreto dos blogueiros!!!! O Vida Perra seria um óitmo ponto de partida!!!!
beijos
4:29 PM
Matemática nunca foi ciência exata, consigo fazer uma conta várias vezes com diversos resultados diferentes.
Eu e a Cláudia tivemos um professor de math que era um leeeeerdo, esquecia o carro com o motor funcionando e a chave trancada dentro, nem me lembro mais o nome dele, mas lembro do texto que ela escreveu sobre ele, "SOS catalisador".
Mas meu sonho secreto era ser fera em exatas, chuiff...
Bjs. Rosana.
5:50 PM
Rods, eu não vou pro céu. Nem você que aceitou o primeiro convite que te fizeram pra ir pro inferno.
Rezinha, vamos fazer um encontro dos bloguers. Pizzada aqui no meu prédio. Aliás, muitos blogueiros aqui já se conheceram nesses encontros. Tá jurado.
Tati, você precisa ser apresentada ao público. E eu preciso matar a saudade de vc e da Caia. Fico lendo seus recados todos os dias e me contorço de saudade.
Clau, espertinha heim? POis a única coisa que eu conseguia ir bem (e muito bem aliás) em matemática era a tal da Geometria.
Rô, concordo com vc plenamente sobre a inexatidão da matemática. Eu também sempre constatei isso. Aliás, a gente está muito a frente do nosso tempo. Odeio exatas.
10:30 PM
Rosana
o nome dele era Eduardo e é ele o professor que eu menciono acima!
Nem lembrava do texto sobre ele, mas escrever meu jornalzinho particular era o único modo de sobreviver.
bj
Cláudia
6:28 PM
Gastón
O meu trauma também era matemática, enquanto brilhava em português, história e nas línguas. Pois é, cedo sube das minhas tendências para as letras. Não tive muito azar com professores, a que eu odiava mais não me dava aulas, mas sei o quanto isso nos traumatiza para a vida.
Um beijo
2:36 PM
muito bom!
eu também sempre fui de artes e humanidades. adorei também ana gorda!
10:43 AM
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