quinta-feira, maio 29, 2008

idéia LTDA

Então um dia você está lá e realiza o grande sonho da sua vida: abrir uma empresa só sua. Puxa vida, não vai ter mais patrão, vai prosperar, ficar rico, montar um verdadeiro império. Como absolutamente toda empresa desse mundo, você tem que escolher um nome para a sua, não é mesmo? O nome que você quiser, meu amigo, a empresa é sua. Faz uma listinha, pensa, pensa mais um pouco, mostra pra esposa, pros amigos, pede sugestões, conselhos, olha o dicionário, etc.

Então um dia eu estou lá na marginal pinheiros e vejo num caminhão baú, escrito em letras garrafais: FUCK. Olho uma segunda vez pra me certificar de que não estou enganado. E uma terceira e uma quarta vez também. A lateral do caminhão não mudou, o FUCK de três metros de altura continua lá. Sim, minha gente, FUCK. O cara abriu uma empresa e colocou nela o nome de FUCK. Fudido né? Eu acho que o site deles devia ser vaivoce.com.br. Imaginou se ele resolver exportar? Fiquei pensando num outdoor lá nos EUA "Be smart, Get a Fuck".

Também teve o sujeito que abriu uma empresa de ferryboat pra ligar Niterói ao Rio. Pensou, pensou, pensou e escolheu o gloriso nome de Jumbo Cat. Agora todos os niteroienses pagam Jumbo Cat logo cedo pra chegar ao Rio de Janeiro.

Ontem, assitindo a um jogo pela TV, noto que entre as placas de propaganda havia uma da Vipal. Já pensou? Meu amigo, você trabalha onde? - Vipal. Toda vez que o cara vai responder tem que tirar as crianças da sala.

Pois é, toda empresa tem um nome a zelar. Mesmo que pra isso você tenha que mandar alguém pra aquele lugar.

segunda-feira, maio 26, 2008

Como cheguei no Vida Perra - Epis IV

Mais um espetacular e elucidatório capítulo da série de posts predileta de dez em cada dez leitores do Vida Perra. Todos os dias, dezenas de internautas incautos digitam termos de busca no google e vêm parar nesse blog. Eles aqui aportam sedentos de saber, cultura, em busca de um conhecimento inatingível e se deparam com um monte de asneiras de minha própria autoria.

Mas essa sensacional série visa, justamente, não desapontar nossos amigos navegantes do cyberespaço. Aqui ninguém sai sem resposta. Ninguém perde a viagem.

Com vocês o espetacular, o sensacional, o incrível "Como cheguei no Vida Perra - episódio 4".

Previously, no Como cheguei no Vida Perra (sentiu o drama né? Tô fazendo igual ao Lost) dissecamos o tema "a mulher do shampoo me vê pelado". Foi realmente um tema inesquecível.

Bom, mas vamos ao que realmente interessa.

Todos já estão acostumados com os procedimentos de praxe. Fechem os olhos (mas se eu fechar os olhos como é que eu continuo a ler seu post, seu imbecil?), limpem as mentes, imaginem aquela telinha branca do google. Nessa semana, algum pobre internauta recorreu ao grande oráculo da internet e digitou:


"copo que quebra sozinho"


Para responder a tal questionamento, o Vida Perra não poupou esforços e trouxe uma convidada especial, a especialista em fenômenos paranormais de cozinha, vamos receber com uma salva de palmas, Jô!

- Obrigada seu Gastón. Oia, copo esprode sozinho que eu já vi com esses zoio aqui ó. Na casa do Seu Rodolfo, por exemplo. Ele me mandou embora porque falou que eu quebrava os copo dele mas, pra mim, lá tinha quebranto na pia. Um dia eu tentei levá minha tia benzedeira lá pra tirá aquele dimônio da casa do seu Rodolfo. Eu tava lá parada e de repente esprudia. Assim: crequi. Juro pro sinhô Seu Gastón, eu vi, eu vi. Porque nessa vida eu nunca quebrei um copo. Nenhunzinho. Foi tudo obra dos esprito. Afe, até me arrupiei agora.

domingo, maio 25, 2008

Tá chegando.

Ano passado eu fiz a mesma coisa. Será que esse ano alguém vai resolver encarar? (Aliás, quem foi ano passado entrou pra galeria dos amigos e tá voltando esse ano).

Pois é, estou convidando meus leitores pra, na cara e na coragem, darem o ar de sua graça na minha baladinha de aniversário.

E aí? Vai, fica ou tá com medo?




Mapa (caminho mais fácil)
Som do Look. Without hands

domingo, maio 11, 2008

O Show de Gasta

Ok gente, pode parar com a brincadeira que eu já percebi tudo: vocês são figurantes de um reality show e eu estou sendo filmado 24 horas por dia pra passar em algum canal de TV a cabo.

É isso, não é? Que nem o Jim Carey naquele filme?

Só pode ser. Alguns podem pensar assim: Gasta, que paranóia egóica é essa?

Cara, não é possível, alguém tá escrevendo uns roteiros pra mim. E deve ser o Renato Aragão porque todo dia é uma piada.

Coincidências bizarras. Personagens insólitos. Perrengues contínuos. Detalhes sórdidos.

Isso explica porque todo mundo se conhece. São núcleos de novela. E, pra economizar na produção e não precisar pagar muitos atores, as pessoas vão se "conhecendo". Aí é um tal de ex que conhece prospect que é amiga de fulana que tá namorando com cliclano que foi namorado de beltrana que quer voltar com não sei quem porque ouviram dizer que ela tá afim de você. Pra mim é tudo ator.

Pois é, desconfio que tem até alguém responsável pela trilha sonora da minha vida. Verdade. Quer ver só? Outro dia mesmo, quase tendo uma convulsão embaixo de uma pilha de trabalhos, uma amiga sugere que eu substitua o Billi Idol porque ele tá velho e tudo o que eu tenho feito é "Dancing with myself" (estou realmente trabalhando por umas 5 pessoas ao mesmo tempo). Rimos da história, tiramos um sarro de nós mesmos e pronto. Saio as 22:00 da agência, ligo o rádio e o que estava tocando? Exato. Comecei a mostrar o dedo em todas as direções porque sei que alguma câmera ia filmar.

Imagino que já deve estar nas lojas o "Show de Gasta Internacional". A capa deve ter uma foto minha cantando no carro.

Bom queria pedir aos roteiristas que caprichem um pouco mais no enredo. Tá muito mirim isso aqui. Coloca uma sacanagem, umas orgias, dá o papel de esposa pra alguma mulher do nível da Scarlet Johanson, faz eu jogar no Barcelona, ser um astro internacional do Rock e me arruma aí uma volta ao mundo na próxima temporada.

Vamos gente, vamos dar ibope pro programa. Assim eles conseguem uma verbinha melhor.

Só mais uma coisa: alguem aí assistiu o capítulo de quando riscaram meu carro? Pô, queria saber quem foi o Fdp...

segunda-feira, maio 05, 2008

Agente infiltrada.

- Alô.

- Jô?

- Quem tá falando?

- Sou eu Jô, o Gastón.

- Ô Seu Gastón, tudo bem?

- Tudo Jô. Seguinte: você pode ir em casa na quinta ao invés de sexta, nessa semana?

- Craro Seu Gastón, posso sim. O senhor vai ficar em casa e quer dormir, é?

- É mais ou menos isso. Eu vou trabalhar no feriado e queria a casa limpinha já na quinta a noite.

- Hummm, entendi. Seu Gastón, adivinha onde eu tô?

- Não faço a menor idéia Jô.

- Tô embaixo da sua casa hihihihi.

(pronto, a Jô cavou um buraco no meu assoalho)

- ????

- Tô limpano o apartamento embaixo do seu hihihihihi.

- É mesmo Jô?

- É, o porteiro arrumou o serviço pra mim.

- Jô.

- Diga Seu Gastón.

- Por acaso tem um ventilador de teto aí no quarto do casal, bem embaixo da minha cama?

- Tem sim, como o sinhô sabe? O Sinhô já veio aqui?

- Não, não... erh, eu imaginei que tivesse.

- Hummm.

- Jô, quero te dar uma dica.

- Craro Seu Gastón.

- Limpa bem esse ventilador por dentro.

-Por dentro?

- É, por dentro. Joga água nele, muita água pra ficar bem limpinho. Aproveita e passa detergente. Muito detergente, um tubo inteirinho que nem você faz aqui em casa pra limpar o box do meu banheiro. Ah, e sabe o que eu ouvi dizer que é bom também pra limpar motor de ventilador? Super Bonder. Se você encontrar umas engrenagens, bota um super bonder que fica limpinho. Se não tiver aí, na gaveta do meio do aparador da minha cozinha tem uma que eu comprei pra colar as coisas que você qu... que quebraram lá em casa.

domingo, maio 04, 2008

Anarquistas graças a ele.

Fico vivendo de sopros de memória. Dele, acho que só uma foto em branco e preto, montado reto sobre uma moto. Uma BMW, R61 se não me engano. Ainda me lembro de um jogo de trunfo que tinha quando garoto em que minha avó reconheceu o modelo. Como disse, são sopros de memórias. Na verdade, só me coube juntar pedaços de lembranças de alguém que se desencontrou de mim. Partiu cedo, montado numa nuvem de idéias, deixando nome e anonimato.

Foi de passagem na Pompéia que meu pai ficou saudoso nas lembranças de criança. Na Rua Diana, número 53. A casinha ainda está lá, há poucos metros do Palestra Itália. Lembrou dos tempos da segunda guerra, da fila do pão de mão dada com a minha avó, da briga, da gente mudando de roupa pra tentar passar duas vezes no balcão. Lembrou da D. Ítala dissolvendo macarrão pra fazer um filão.

- Tempo difícil aquele, viu? Hoje é tudo tão mais fácil, imagina só, forno movido a carvão.

Sei que trabalhou consertando vitrolas. Ganhou a vida ouvindo música. Sei que a maioria dos imãos era artista. Artesãos, serralheiros, carpinteiros, músicos. Do meu modo sigo a mesma trilha.

Digo que dele pouca lembrança me foi dada pra montar meu quebra-cabeça de imaginação. Dele eu tenho o Giannetti. Do senhor Gualtiero, filho de Alemano, pai de Renato e Claudio. Dele eu tenho curiosidade, saudade infundada e sangue nas veias. Tenho brios de uma Itália que não era nossa. Tenhos ganas pelo meu Palmeiras que carrega na história a história que é minha e dele. Tenho em São Paulo a terra que compartilho orgulhoso com meus antepassados varões.

Meu outro avô, o de quem tenho lembrança viva, dizia que tua alma voltaria pra cá em mim. Que eu seria você e você seria eu. Mas depois de nascido o rebento, te viu em éter brincando comigo no berço. Quem diria que na pureza de criança eu ainda ganhei do teu carinho.

Vô, eu não conheço o senhor. Hoje o senhor faria 100 anos. E de mais memórias que eu possa viver sobre o sua existência, te dedico minha palavra e a quem quer que leia. Se o teu sangue vive em mim, minha alma te dá vida nesse 4 de maio.

 
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