quinta-feira, dezembro 21, 2006

Christmas bell's are ringing

Amigos,

esse é o último post de 2006. Sim, Gastón sai de férias (como muitos de vocês) mas com certeza volta ano que vem.

Dia 2 de janeiro tem texto novo. Aliás, primeiro post do ano é sempre meu post de desejos. Muitos de vocês estarão nele e quero dizer que minhas vontades foram quase todas realizadas no ano que passou. Acho que só a Caia que não ganhou uma retro-escavadeira.

Queria dizer que, apesar de perra, essa vida tem me dado coisas muito boas. Bom escrever, bom saber que as pessoas perdem seu precioso tempo lendo e algumas até comentam. Mais de uma vez por dia.

Aqui eu tenho amigos de infância, virtuais, reais e futuros amigos. Não sei se bem ou mal, mas amo escrever. Pra um diretor de arte que descobriu isso com quase 30 anos, me sinto muito feliz. Antes tarde do que nunca.

Espero inspiração. Espero novos leitores e novos comentaristas. Espero críticas ácidas, espero elogios sinceros. Espero todos vocês aqui em 2007.

Bom natal e bom ano.

Gastón

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Matematicamente inviável

Eu sempre fui uma mula pra matemática. O número que mais faz sentido pra mim nesse aspecto da vida é o zero à esquerda.

Nulo. Um conjunto vazio.

Quarta, quinta, sexta, sétima e oitava série. A soma das minhas notas de boletim nesses seis anos não dá uma boa.

O que? São cinco anos? Foi mal.

Pois é, minha carreira de péssimo aluno em matérias de exatas começou cedo. Enquanto os outros iam pra olimpíada de matemática, eu ganhava os concursos de desenho.

No primeiro, segundo e terceiro colegial o resultado também não foi lá muito diferente do restante. Sempre levando nota baixa pra casa e indo pra aula particular no carro da minha mãe.

A professora já tinha até uma caneta com meu nome gravado nela. Uma Bic vermelha pra corrigir minhas provas.

Por falar em professora, houveram duas em especial que me fizeram comer o pão que diabo multiplicou.

A primeira foi uma do ginásio. A Ana Maria, ou Ana Gorda como eu sempre preferi chamá-la, é a professora que eu mais odeio até hoje em toda minha existência. É daquelas que se eu cruzar na rua ponho o pé pra ela tropeçar. Digamos que essa mulher me chamou de moleque burro na frente da classe toda depois de me entregar uma prova que eu fui mal. Terça e quinta eram os dias que eu não queria sair da cama, era meu pesadelo ir pra aula por conta daquela nojenta. Passei de ano. Raspando mas passei.

Aí veio o terror em forma de gente: a Christine. Meu deus do céu como eu apanhei. Nunca me fodi tanto na vida como naquele primeiro colegial. E o pior é que Chris era uma professora muito legal. Uma javanesa, cor de jambo e com uma boquinha bem pequeninha pintada de vermelho. Quase uma caricatura. Tinha decorado todos os números de todos os alunos de todas as salas onde ela dava aula. Um computador ambulante. Até a voz dela era meio de robô.

No meu primeiro colegial, devo ter feito uma média de 25 provas durante o ano (não confie muito nos meus cálculos). Pois basta dizer que foram 24 notas vermelhas e uma azul. Na última chance. Na recuperação. E ainda foi uma notinha daquelas suficientes pra passar.

E em colégio de freira, sabe como é né. Toda vez que eu olhava pra cima da lousa na minha sala, tava lá Jesus pregado num sinal de mais.

Pitágoras me chicoteia.

Acabou a escola e no vestibular eu fazia a prova de matemática em 2 minutos. Chutava tudo “C” e partia pra algo mais prazeroso como redação. Bom, as coisas não mudaram muito.

Não adianta, sempre fui um cara de artes e humanidades.

Adoro minha calculadora do windows e detesto fazer divisão em restaurante.

Tem gente que sonha que tá caindo, que tá indo pra escola sem sapato ou que tá morrendo afogado.

Eu não, meu pesadelo é uma prova da Ana Gorda sobre equação do segundo grau.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Confidencial.

O cara que inventou o amigo secreto, provavelmente, tinha duas coisas na vida: uma família enorme e dívidas.

Minha família não é das maiores, mas levando em consideração somente a segunda parte eu já tenho muito o que agradecer ao sujeito.

Foi praticamente a invenção do século.

E vamos combinar que comprar presente pra esse bando de gente é cruel. Não só pela grana, mas pelo tempo, paciência de Jó pra ir a qualquer lugar onde se venda presentes nessa época do ano e por não ter a mais vaga idéia do que dar pra metade das pessoas.

Por mais complicado que seja o nome escrito naquele papelzinho dobrado, fica um problema só pra resolver e pronto.

Facilita que é uma beleza.

Uma coisa que me intriga nessas ocasiões é o porque de toda mulher se contorcer de curiosidade pra saber quem as pessoas tiraram.

Impressionante, elas armam uma investigação. Cruzam dados, calculam possibilidades, fuçam no lixo, te seguem no shopping...

Mãe principalmente. A minha é uma que quase explode se não descobrir. Primeiro ela vem com uma conversinha mole de ajudar a comprar o presente. Depois ela vem pedindo dicas. Aí parte para os chutes de longa distância. Por fim já tá tentando te subornar com alguma sobremesa de natal.

- Mãe, o nome do bagulho é Amigo Secreto, S-E-C-R-E-T-O, secreto, SECRETO.

- Conta vai, eu faço aquele brigadeirão...

Só conto pra ela se tirar o mais temível de todos os papeizinhos: o do meu pai. Dar presente pra ele só com ajuda materna e reza braba. Dar dois por ano (aniversário e dia dos pais) já é um desafio a imaginação. O terceiro é quase uma viajem sem volta.

- Seu pai tá precisando de pijama.

- Pijama de novo mãe?

- De novo não, ano passado ele ganhou chinelo. O Pijama dele tá furado.

E quando a sua avó te tira?

- Ô Vó, obrigado pela cueca, tava mesmo precisando...

- Como você sabe meu filho, você nem abriu ainda o pacote?

- Ah é, nem reparei...

Pois ela deve pensar a mesma coisa de você “Cacete, perfume do Boticário de novo, quer ver? Só porque eu tô velha eles acham que eu não lembro o que ganhei no ano passado”. Ué, vai dar o que pra avó? Já tá distribuindo as coisas faz dez anos achando que vai bater as botas...

Bom, esse ano acabei tirando...

Não senhor, nem vou falar. Minha mãe deve estar até lendo meu blog pra descobrir.


segunda-feira, dezembro 18, 2006

Eu, ligando pra casa pra falar com a minha empregada.


- Alô.

- Jô?

- Oi Seu Gastón, tudo bão?

- Tudo Jô e você?

- Eu vou bem, graças a Deus.

-Jô, preciso te pedir uma coisa.

- Ô Seu Gastón, pode falar que eu tô escutando.

- Jô, minha geladeira pifou no fim de semana e estragou tudo o que tava dentro.

- Mais Seu Gastón, minino como pode? Mais é novinha a tal da geladeira...

- Pois é Jô, eu fui viajar e quando voltei tava tudo estragado.

- Vixe Maria...

- Então, ficou um cheiro desgraçado lá dentro. Depois que consertou melhorou bastante, nem dá mais pra sentir. Mas mesmo assim, pega um pouquinho de Ajax, só um pouquinho, e dilui em um tantão de água pra limpar a minha geladeira.

- Ah Seu Gastón, nem precisava pedir porque eu limpo sempre a geladeira do senhor.


Limpa mesmo. Se tiver sorvete então...


Alta Infelicidade.

Fizeram a lista das 10 músicas mais tristes da história. A playlist do bode dos infernos. Para aquele dia em que seu cotovelo está bem inflamado. Pra aquele momento em que só o Kleenex importa. Mas serve também pra esse povo que pensa que ser depressivo tá na moda. Que acha chique falar que toma frontal.

Acordou meio feliz, se sentindo de bem com a vida, com aquela vontade ir andar no parque? Ouve a listinha que o bodinho volta com os seus chinelos na boca.

Convenhamos, incrivelmente importante essa pesquisa não é? E tem um tremendo embasamento, anos de pesquisa.

“Segundo a publicação, o ranking tem fundamento científico e foi baseado no trabalho do cientista Harry Witchel. Para medir o grau de tristeza que cada canção provocava, ele mediu reações como freqüência cardíaca, alteração na respiração e temperatura da pele.”

Bom, segue a lista das músicas malditas:

1 - The Verve - The Drugs Don't Work
2 - Robbie Williams - Angels
3 - Elton John - Sorry Seems To Be The Hardest Word
4 - Whitney Houston - I Will Always Love You
5 - Sinead O'Connor - Nothing Compares 2 U
6 - Will Young - Leave Right Now
7 - Elvis Presley - Are You Lonesome Tonight?
8 - Christina Aguilera - Beautiful
9 - James Blunt - Goodbye My Lover
10 - Radiohead - Fake Plastic Trees

Antes de mais nada, gostaria de pedir encarecidamente que, se alguém me vir escutando o número quatro, soque o meu nariz imediatamente. Não, não estarei em depressão por causa de alguma mulher que me abandonou, nesse caso será meu gosto musical que me deixou pra sempre. Bate sem dó.

Por falar em gosto musical, ou ausência total dele, discordando veementemente dos resultados obtidos pelo Sr. Witchel, esse blog coloca à disposição da comunidade científica internacional novos testes realizados a partir de agora pelo Senhor Gastón. Os resultados serão descritos nos comentários desse post pelos voluntários que estiverem dispostos a contribuir com o avanço da ciência.

Para executar a experiência, peço que sejam preparados os seguintes apetrechos:

- Um termômetro.

- Um cronômetro.

- Um espelho.

- Kleenex.

- Um copo medidor..

- O CD do Amado Batista

- Um aparelho de som.

Como proceder:

Coloque o termômetro embaixo do braço. Pressione dois dedos firmemente sobre o pulso e acione o cronômetro para medir os batimentos. Aproxime-se do espelho para verificar sua respiração. Mantenha a caixinha de Kleenex sempre ao alcance e verifique quantos serão necessários. Posicione o copo medidor abaixo dos olhos para recolher as lágrimas.

Feito isso, coloque pra tocar o CD do Amado Batista.

Som na caixa.

O Fruto do nosso amor – Amado Batista.

Amor perfeito existia entre nós dois
Sem esperar que depois
Fosse tudo se acabar
Mas nesse mundo que o perfeito não tem vida
Não merecemos querida 
Viver juntos e amar 
Nosso Senhor para sempre te levou
Nem ao menos me deixou
O fruto do nosso amor
Aquele filho, seria nossa alegria
Eu senti naquele dia
Ser um pai ser um senhor
 
---Refrão:
 
No hospital na sala de cirurgia 
Pela vidraça eu via
Você sofrendo a sorrir
E o seu sorriso aos poucos se desfazendo
Então vi você morrendo
Sem poder me despedir (2x)
 
 
Tô mau.

domingo, dezembro 17, 2006

Bra"s"ilian National Hymn

Requentado. A prova da mais pura falta do que fazer de um sujeito chamado Gastón. Quem nem brasileiro é...
Aliás, nessa época ele ainda era Francês.


Gastón


Você já usou esses tradutores online? Pra mim esse negócio não funciona direito. Sempre que eu preciso de alguma palavra em inglês, francês ou seja lá que raio de língua, esse treco me deixa na mão.

Tá na hora de colocar essa engenhoca à prova.

Peguei a primeira parte do Hino Nacional Brasileiro e traduzi do português para o inglês, do inglês para o francês, do francês para o alemão, do alemão de volta pro inglês, do inglês para o francês outra vez, do francês pro espanhol, do espanhol pro inglês e do inglês de volta pro nosso português.

Segue na integra o texto original (pra quem parece jogador da seleção e não sabe cantar o Hino) e o resultado do teste.

Hino nacional (primeira parte)

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil, És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Hino traduzido, retraduzido e traduzido de novo.

As bordas pacíficas encontraram povos heróis
com o atronador do grito de Ipiranga
e algumas para falar uma da liberdade
dentro neste momento fúlgido
o esticado no céu da terra de superfície.

Esta igualdade que é confirmada,
para conquistar muito seio ou,
com a arma causa suficientemente
à morte em nossos o braços como o distrai!

Teve a cerveja do líquido,
idealizado, de ou das economias! Conserva!
Somos Brasil muito, o espaço livre do raio
e ele na terra diminui, como dentro
do ceu limpido do risonho
e da imagem do cruzeiro desobstruído.

O gigante para a natureza adaptada
é bonito, é você e impávido colossus
muito e eles espelham isto do largo.
A terra adorada milhas entre outras coisas que você teve,de Brasil, é amado!
As crianças tiveram desta terra que considera agravável
madre é, do nascimento dele, de Brasil!


Teve a cerveja do líquido????
Para conquistar muito seio??????

Bom, se alguém aí acreditar em mensagem subliminar... se encaixa perfeitamente.

É bom para o moral

Fiquei sem conexão. Por isso os requentados foram publicados só agora. Entre um Mojito e outro, lembrei desse texto ontem após ouvir de uma certa pessoa confissões musicais da mais pura breguice. Lá vai.

Gastón


Não adianta se enganar: você tem um lado brega. Escondidinho atrás de todos aqueles discos do John Coltrane, do John Lennon e do John Mayer sempre tem um do John Secada. Aquele que você deixa a capa invertida e tira das profundezas da gaveta quando está sozinho, coloca o fone de ouvido, mas deixa um lado meio fora da orelha pra se escutar cantando “Aiiiiiiiii, aaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii i can´t resist....” .

Bom, eu tenho o meu, vou dar a cara pra bater e vou dizer agora em rede nacional: eu adoro o Almir Sater. Sou fã, tenho 8 discos, já fui no show e arranho “ Chalana” no violão.

Mas quem não tem que atire a primeira pedra.

Tenho um amigo guitarrista, inteiro tatuado, líder de uma banda cover de Slayer e Rage Against the Machine que idolatra o Roupa Nova... e o cara canta TODAS as músicas de olhinhos fechados, balançando a cabeça e com as mãozinhas pro alto.

Ontem mesmo, um amigo meu todo underground, cheio dos Morriseys, The Cure, Smiths e afins disparou sem dó um e-mail com a letra de “Quiero ser”. Menudo mesmo, lembra?

Nove em cada dez mulheres que eu conheço gostam de Fabio Júnior. E vai falar pra elas que é brega... sempre ouço aquele "Ah, mais tem aquela música que não é vai...". Sorry girls, brega e ponto final. Obrigadú!!!

E pra completar essa história toda, estamos na febre dos anos 80. Agora as pessoas ouvem “É bom para o moral”, assistem show da Marrom, pulam alucinadamente com o Trem da alegria e se tocar Step by Step elas se jogam.

Lembro da minha primeira ida à Trash 80´s, atrás do Hotel Cambridge. Desconfiado, com medo de ver aquelas pessoas felizes demais, com uma veia saltando na testa, cantando musicas da Gretchen... pois é, saí de lá as 4 da manhã, rouco, bêbado e completamente brega.

Ah, e por falar no Almir Sater, Julis, tem show dele no Credicard*, me arruma um par de ingressos? Fala sério, ninguém aí na CIE vai querer ir.

Mas acho que difícil mesmo vai ser arrumar alguém pra ir comigo. Alguém se candidata? Juro que eu não conto pra ninguém.


* texto requentado, evento do passado. E infelizmente eu não fui no show.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Posts da vida real


Gastón, parado esperando o elevador do prédio onde trabalha. Aproximam-se 3 pessoas. Vamos chamá-los de mulher bonita, mulher não bonita e sujeito. Ambos trabalham juntos numa empresa que fica no mesmo andar do trabalho de Gastón. Nosso herói observa como mulher bonita é gostosa e como mulher não bonita é... simpática. Por um breve segundo faz elocubrações maldosas sobre os três.

Segue-se um diálogo entre os demais e Gastón apenas ouve atentamente:

Mulher não Bonita: Queria muito aprender a mexer no After*.

Sujeito: É? Pede pro Bira te ensinar.

Mulher não Bonita: Já pedi um milhão de vezes e ele nunca me ensina nada.

Mulher Bonita: Ah, o Bira é muito legal, já me ensinou várias coisas no After.

Mulher não Bonita: Mas eu estou aqui há dois anos e você há duas semanas!

Silêncio sepulcral.

Chegou o elevador.


Sim, o texto deixa absolutamente claro que Bira está errado. Ele realmente não tomou uma atitude condizente com o mais absoluto dever da classe masculina.

Bira, mulher gostosa a gente não ensina assim sem mais nem menos. Tem que falar que é difícil e chamar pra dar aula particular em casa meu amigo.

Manja de After mas a didática é zero mesmo. Tsc, tsc...


*After Effects, programa de pós-produção de vídeo. Difícil que é o capeta de usar. E demora um bocado pra ensinar.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Pé de pato, mangalô três vezes.

Hoje eu descobri que existe um complô internacional contra mim. Não é mania de grandeza não, tem mesmo. Japoneses, suecos, brasileiros, todos fundamentalistas religiosos, estabeleceram uma rede terrorista pra me sacanear.

E estão atacando os principais pilares da vida do homem solteiro. Um a um meus problemas vem se multiplicando.


Tudo começou com a Net. Quando mudei pro apartamento assinei o tal do Net Combo. É um pacote que tem internet banda-larga, tv à cabo e telefone.


No começo o telefone era uma bomba. A voz sumia toda hora. O som era péssimo, as pessoas sempre me perguntavam se eu tinha ido morar numa lata de Nescau ou se alguém tinha me transformado no Francisco Cuoco. Depois passou a cair o sinal e eu ficava dias sem comunicação com o mundo exterior.


- Senhor, o senhor pode estar desligando o modem da tomada? Aguarde 15 segundos e ligue novamente. Agora dê 3 pulinhos, gire uma vez em sentido horário, toque a campainha, dá um tapa na bunda e vai se esconder. Quais luzes estão acesas no seu modem?


Repeti essa operação em cada uma das trinta vezes que liguei lá. Comecei a ficar deitado na cama, de cueca, só respondendo:


- Pronto, já desliguei. Ahã, tá só uma luz acesa agora. Agora são duas. Isso...


Não sei, eu devo ter jogado pedra na cruz.


Aí meu celular quebrou. Acordei, levantei, escovei os dentes , apertei um botão e a luz do monitor não tava funcionando. Ou seja: celular só de dia. Mandei pra assistência técnica.


- Senhor, nós não concertamos esse tipo de aparelho. Vamos estar enviando para a Sony Ericsson estar fazendo os reparos. São aproximadamente 20 dias para o concerto.


Três meses depois eu recebi meu celular de volta. Nem vou falar nada, liga lá na assistência técnica da Sony Ericsson, pergunta se eles conhecem o Senhor Gastón e o que acham da educação dele em ligações telefônicas. O pessoal aqui da agência formava até platéia pra me escutar falando com eles.


Tenho certeza que devo ter empurrado Maomé da escada.


Teve também o meu carro. Fui trocar de carro e descobri que o orelhudo aqui perdeu o documento de transferência. Mas a concessionária Honda se prontificou a me disponibilizar seus despachantes para resolver o problema. Um assalto à mão armada. O DETRAN, (Dificultador Especialista em Tumultuar Requisições Aparentemente Normais) cria as dificuldades para o despachante resolver pra você. E ambos levam seu dinheiro. Perfeito.


Quatrocentos e trinta reais depois, prometeram meus documentos em 3 dias úteis. Fui lá buscar minha caranga três semanas depois.


Essa aí, se não me falha a memória, foi por conta daquela vez que eu coloquei o pé pro Buda tropeçar.


Essa semana foi o lance da geladeira. Marcaram assistência técnica para quarta-feira, das 8:00 às 12:00. Tirei a manhã de folga, e esperei. O relógio marcou 12:00:01 e eu liguei pra Brastemp para, educadamente, perguntar se eles achavam que eu tinha cara de palhaço.


Ás 12:05 chegou o figura pra arrumar. Problema na placa. Sim, tipo placa de computador. Placa mãe não, essa é filha dela.


Então, acabei de lembrar aqui que alguém me falou alguma coisa sobre eu ter atropelado o meu Padi Padim Ciço...


Por fim esse blog que ninguém conseguiu comentar.


Internet, telefone, Tv, geladeira, celular, carro e blog. Já botei meu George Foreman e meu microondas no seguro. Porque é só o que falta dar problema.


E me fala: depois de deixar metade dos santos na enfermaria, vou me benzer com quem?


Sai zica.

Houston, we have a problem.

Algumas pessoas estão com dificuldades pra comentar os posts desde ontem. Não sei o que se passa, só peço um favor: insistam :0)

Experiências mostram que fechar a janela e tentar de novo adianta. Ctrl+C nos comentários por precaução.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Amor Gastónico

E um dia o pequeno Gastón estava lá, de uniforme, dinheiro na mão, se espremendo entre os alunos do ginásio pra pedir pro João da cantina um misto quente. Imagina só: trezentos adolescentes se acotovelando por um lanche para depois comê-lo no que sobrasse dos 20 minutos de intervalo.

E foi com esse belo cenário de fundo que ele a viu pela primeira vez.

Cena de comercial de margarina: linda, moreninha, cabelo preso num rabo de cavalo e roupa de ginástica do colégio. E aquela calça de ginástica do colégio era um deleite para o público masculino com mais de três fios de barba na cara.

- Ju, compra pra mim?

Ju. Juliana. A Juju.

Eu era um ano mais velho que ela. Sabe como é né, um cara mais maduro, experiente, boa pinta, cheio de amigos... de quatro por uma garota que nem sabia da minha existência. As coisas costumam ser assim.

Quantas primeiras aulas eu cabulei escondido na biblioteca, só pra sentar na escada e ver ela passar pra ir pra educação física.

Sempre fiz a social com metade do colégio. Pois conheci a outra metade só pra me cercar de todos os amigos dela.

Entrei de bicão em tudo quanto é festa de 15 anos que tinha aquele nome na lista.

Entrei pro time de basquete pra poder vê-la treinar handball na quadra do lado.

Bom, e depois de tanto investimento o que aconteceu?

Ué, levei uma coleção de foras homéricos.

- Não.

- Nem pensar.

- Não mesmo.

- Olha Gasta, ela mandou avisar que não.

É, foi muita dor de cotovelo pra um moleque só.

Acabou a escola e dez anos depois a gente se encontra numa esteira de academia. Moreninha, rabo de cavalo e roupa de gin...

Mudei pra bicicleta ergométrica.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Vegetal de estimação.

Eu comprei uma Pitangueira. Tenho consciência de que moro num apartamento, mas minha varanda é suficientemente espaçosa para abrigar uma arvorezinha com meia dúzia de galhos.

Sim, ela vai crescer. Aliás, ela está crescendo. Antes que minha varanda vire um território selvagem, com macacos e acidentes aéreos da Gol, vou podando um pouquinho aqui e outro ali pra não ocupar muito espaço.

É legal ter uma planta em casa. Alegra o ambiente, é bonito... e uma árvore frutífera tem a graça de uma vez por ano ver as pitanguinhas crescendo e indo pro seu estômago. Ou pra um belo copo de caipirinha de Pitanga. Que também vai pro seu estômago.

Uau.

Agora que vocês já sabem tudo sobre ter uma planta em casa, vamos ao que realmente interessa: eu queria ter um cachorro.

Pois é, tive peixe chamado Rex e planta carnívora chamada Totó. Tudo isso por sérios problemas psicológicos devido a falta de um animal de estimação decente.

A vida inteira eu fui vetado de arrumar um. Foram várias tentativas, vários vira-latas levados pra casa. Mas sempre tive que arrumar outros donos pra eles.

E agora eu me lasquei de vez. Morando sozinho num ap é que eu nunca vou ter um mesmo. Não pelo fato de estar num apartamento, mas porque cães não foram feitos pra passar o dia sozinhos. O bicho ia devorar minha casa inteira, mijar na minha cama e se jogar da janela de tanto tédio.

Por isso que apelei pra árvore.

Não é a mesma coisa. Aliás, não passa nem perto. No começo eu até conversava um pouco com ela. Dizem que as plantas crescem quando a gente conversa.

Tentei ensinar a minha Pitangueira a abanar o galhinho quando eu chego. Ela não faz festa, não traz o jornal, não lambe sua cara e nem vai buscar a bolinha. É meio paradona sabe, só bebe água dia sim, dia não e fica lá... assim, como poderia dizer... paradona.

As vezes bate um vento. Pois é, verdade.


Daqui a pouco quem vai devorar a casa inteira, mijar na cama e se jogar da sacada de tédio sou eu.

Não sei, acho que vou dar um nome pra minha Pitangueira. Quem sabe ela acostuma e começa a reagir? De repente ela não responde porque não sabe que é com ela.

Acho que não adianta. Mas se a vida é mesmo perra, quero saber cadê meu cachorro.

domingo, dezembro 10, 2006

Coronel Mostarda, com candelabro na minha cozinha.

Toda vez que eu vou viajar, olho bem pra minha casa antes de sair. Aquela olhada em tudo já com a chave na mão e um pé pra fora da porta.

Não sei bem porque. Mas acho que tem algo a ver com poder imaginar que lá longe, no conforto e segurança do seu lar, as coisas estarão te esperando exatamente do jeitinho em que você as deixou. Será?

Ontem eu cheguei de viagem. Um período curto fora de casa, fui só passar o fim de semana no interior. Cheguei absolutamente devastado depois de cozinhar pra mais de vinte pessoas (pizzada), de muitas latinhas de cerveja, risadas de minuto em minuto e de uma noite de sono quase simbólica num colchão na sala entre amigos roncadores e a claridade da manhã.

Joguei a chave num canto, a mochila no outro e fui, sem escalas, pra minha cama amarrotada, exatamente como eu a havia deixado horas atrás. Dormi para tirar o atraso da noite passada.

Acordei moído. Com os braços doloridos dos esforços com as pás e rolos de abrir massa. Levantei e fui assistir televisão enquanto os olhos desinchavam. Aos poucos fui observando as coisas no meu apartamento, ligeiramente desarrumadas pelos preparativos do dia anterior.

Bateu a fome e fui na padaria comprar um pãozinho pra fazer um típico lanche de domingão à noite.

Abri minha geladeira pra pegar um suco. Um bafo quente saiu de dentro dela. Alguém morreu na minha cozinha. Algo ali quebrou enquanto eu estava fora.

E dessa vez nem foi culpa da Jô.

Agora eu sei de onde vem o termo Presunto pra se referir a gente que bateu com as dez. A hora que eu abri aquela porta veio um cheiro digno do IML.

Logo a minha geladeira, extravagância monetária da minha cozinha, xodó do meu apartamento, atração turística das visitas dos amigos, portentora da mais bela coleção de ímas do hemisfério sul.

E não existe vida possível para um homem solteiro sem geladeira. É lá que ficam os congelados. É lá que está a cerveja.

Resultado: uma caixa de nuggets de soja, uma caixa de empanados de frango, uma caixa de almôdegas de peru, um filé de frango, uma caixa de hambúrguer, um pote de sorvete, um melão, ketchup, mostarda, maionese, molho de iogurte, queijo, palmito, milho, cream cheese, suco de laranja, Ades de maçã e um maldito tupperware de frios no lixo. É, dessa vez não foi só o presunto que saiu num saco preto.

No fim sobrou a garrafa d’água, 5 latas de itaipava bem quentinhas e um cheiro maldito que vou ter que chamar um padre exorcista pra tirar.

E o meu pãozinho acabou sem nada pra por dentro...

Agora estou aqui com toda as janelas e portas escancaradas, parecendo uma véia calorenta, pra sair esse fedor que eu não sei mais se está impregnado na casa ou só no meu nariz (e na minha memória).

Bom, essa semana estou especialmente inclinado a aceitar convites para café da manhã e jantar com amigos.

sábado, dezembro 09, 2006

Trocando prosa por verso. Trocando o certo pelo incerto.

Esse foi um dos primeiros textos do Croquer. Escrito para alguém que amo muito. Preferido de alguns dos leitores que estão comigo desde essa época. Aqui no Vida Perra nunca postei fotos junto aos meus textos. No Croquer isso as vezes acontecia. Sempre fotos tiradas por mim mesmo. Como essa.

Gastón.



Eu vou tocando minha vida. Vou deixando impressão na vida dos outros.
Eu vou trocando minha vida. Vou arrancando a força cada um dos encontros.

Eu vou tocando nossa música. Vou errando os acordes sem você perceber.
Eu vou trocando nossa música. Vou errando os discos pra não precisar de você.

Eu vou tocar o seu rosto. Ainda que seja só em fotografia.
Eu vou trocar o seu rosto. Vou tentando esquecer, um milímetro a cada dia.

É triste quando a gente se toca.
É triste quando a gente se troca.

Carreira futebolística.

Requentadas de fim de semana. Aproveitando o tema do post anterior, tirei da sanduicheira esse texto aqui sobre minha trajetória dentro do futebol. Se é qye podemos chamar isso de trajetória.

Gastón.

Eu sou o maior perna de pau que eu conheço. E pra piorar não me atrevo a jogar bola há uns 10 anos (para o bem geral da nação de chuteiras).


Meu pai bem que tentou me colocar na escolinha do clube, foi assistir meia dúzia de jogos no colégio, mas logo percebeu que o Milan não ia se interessar pelo meu passe.

Por falar no colégio, desde o primário eu me lembro de ser um daqueles três últimos a ser escolhido pro time na aula de educação física. Sempre sobrava o Boi, o Kussuka e eu.

Eu ia pro gol. O Boi era dono de um belo Landau (o único que ia de carro pro colégio), fumava charutos, bebia Balantines 12 anos e já tinha problema de colesterol aos 15. O Kussuka detinha o recorde de BigMacs numa só refeição com a incrível marca de 8 sanduíches. Esses eram os meus dois fiéis escudeiros, meus zagueiros com carta branca pra esmagar as costelas de quem ousasse se aproximar da pequena área. É, imagina um japonês fã de Iron Maiden de 130 quilos atrás de você (lembra do Indiana Jones correndo daquela pedra?)... e depois de driblá-lo ainda me vem um Armênio sem amor a vida pela frente... pois é. Sua única chance era colocar uma gostosa no alambrado pra distrair a zaga.

Mas a minha carreira futebolística teve seu auge em outro lugar. Em dois belíssimos terrenos baldios da rua onde eu morava ficavam as suntuosas instalações do PIAVE FUTEBOL CLUBE.

Um belo conjunto de mato e lixo maravilhosamente capinados pelo vigia da manhã pra alegria da molecada que já não agüentava mais parar o jogo pra esperar algum carro passar.

As traves eram canos de PVC e nossa arquibancada ficava em cima de um belo muro com capacidade para 20 pessoas.

Os uniformes eram calções pretos e camisa branca. Exigência da maioria do time que era de corinthianos. Ninguém é perfeito. O símbolo nós nunca chegamos a bordar na camisa, mas fui eu que desenhei. Era algo como uma águia e um triângulo... uma beleza.

A escalação oficial: Guilherme no gol, Fernando e Japonês na zaga. No meio campo eu e o caçula João Paulinho. O Ataque tinha os irmãos Thiago e Guga. Técnico: Cebola.

É claro que, como todo time que se presa, acabamos encontrando nosso arqui-rival: o temível time da rua de cima. Rivalidade é pouco. Zé Limão, Tubarão, Zinha... só nome esquisito. Ganhar desses caras era uma questão de honra, de poder sair na rua de cabeça erguida, com a bola debaixo do braço e a garantia de ter nosso terrão batido imaculado pelas vitórias.

Era um medo tão grande dos dois lados, um nervosismo tamanho que nos enfrentamos apenas 3 vezes. Os dois primeiros certames foram no nosso campo. Uma vitória apertadíssima pra cada lado. A “nega” teve que ser em campo neutro, numa quadra de um clube perto de casa. Ganhamos de 1x0 com gol do canela do João no começo do segundo tempo.

Cresecemos, penduramos as chuteiras e metade do time já não mora mais ali. Agora a sede do PIAVE FUTEBOL CLUBE deu lugar a duas casas enormes.

Mas a gente ganhou a “nega” e isso ninguém tira.

Meu Deus, e que golaço de canela!

quinta-feira, dezembro 07, 2006

O que a gente vai ser quando crescer?

Pergunta mais ouvida por qualquer ser humano dos 3 aos 13 anos depois de “O que você tá fazendo aí seu moleque desgraçado?”.

Não sei porque mas todo mundo respondia “Salsicha”. Non sense infantil. De onde vem isso eu não me lembro. Mas era inevitável responder.

A profissão mais remota que eu me recordo de ter escolhido foi bombeiro. Todo menino um dia na vida já quis ser bombeiro. Hoje eu penso bem e, fora pegar a Luma de Oliveira, não vejo graça.

Outra profissão que durante boa parte da infância foi meu destino certo é a de veterinário. Aliás, muita gente da minha geração levou a diante essa resolução porque tem mais Pet Shop do que cachorro no mundo. Desisti quando o meu passarinho, morreu.

Aí tem sempre a vida de jogador de futebol. No começo eu queria ser atacante do Palmeiras. Conforme você vai percebendo que é grosso, vai reduzindo o glamour da posição. Virei meio campo do Palmeiras, lateral do Palmeiras, volante do Palmeiras, quarto zagueiro do palmeiras, cabeça de área do Palmeiras, goleiro do Palmeiras... antes que eu chegasse a gandula resolvi mudar de objetivos.

Passei pra um patamar mais elevado. Me lembro de uma prova de português que fiz na quarta série. Lá tinha a fatídica pergunta: o que você quer ser quando crescer? Enquanto todo mundo respondia médico, engenheiro e professsor, sem pestanejar eu emendei: Um astro internacional do Rock.

Comecei a investir na carreira. Minha mãe fez uma guitarra de papelão pra mim. Não posso dizer que parou por aí porque canto, toco violão e percussão até hoje. O mais longe de casa que eu consegui foi tocar na Vila Madalena durante um tempo.

Aos 13 anos eu decidi pela Publicidade. Daí até prestar vestibular mudei mais duas vezes. Minha irmã mais velha é Jornalista. Achei legal ser Jornalista. Desisti porque minha irmã do meio é Arquiteta. Vou fazer arquitetura. E se eu tivesse mais 10 irmãos ia mudar mais 10 vezes de opinião.

Prestei arquitetura, me formei em Design e hoje sou Publicitário conforme decisão tomada aos 13 anos.

Do bombeiro só restou o fato de que eu apago incêndio todo dia aqui na agência.

Do veterinário a vocação pra recolher bicho na rua. Temporariamente suspensa por motivo de moradia inadequada.

Do jogador de futebol não ficou nem vestígio. Inclusive com proibição médica (para o bem do esporte).

Do astro internacional do Rock ainda tenho o chuveiro. Só não posso mais fazer moicano com shampoo...

E agora o que eu quero ser quando crescer?

Salsicha.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Apocalipse now

Gente o mundo vai acabar. Desculpa falar isso assim na lata, mas é verdade e quanto antes vocês souberem, melhor. E vai ser logo porque hoje soou a primeira trombeta do apocalipse.

Abri a internet na home do Terra e me deparei com a notícia em letras garrafais:

Gretchen canta forró antes do sexo em filme pornô.

É ou não é o sinal dos tempos? Será que só eu percebi? O que é que eu faço, aviso o Papa?

Não to exagerando não olha só:

Na cena, Gretchen faz um strip-tease e canta forró romântico acompanhado de uma dança do ventre, enquanto interage com algumas estátuas do cenário. Guto Guitar, que contracena com a "rainha do bumbum" em todos os takes de sexo explícito, assiste à performance, que é seguida de um momento mais "quente".

Dança do ventre ao som de forró???????? Interage com as estátuas??????

Como assim a Rainha do bumbum? Só se for que nem a Rainha mãe...

Misericórdia.

O que fazer num momento delicado da humanidade assim em cima da hora?

Sem pânico, vamos todos armazenar miojo, água e DVD´s do Tarantino. Dá pra viver um tempo.

Eu temo que depois de assistir essa mulher num filme pornô as pessoas desistam de fazer sexo e a raça humana venha a se extinguir.

Alguém pode avisar pra Gretchen que ela já passou um pouquinho? Que ela ta com uma boca igual a do coringa de tanta plástica? Que o Chacrinha já morreu? Que ela pode dar a mão pra Rita Cadillac e sair andando? Que ela ta alcançando a Hebe? Que Photoshop só dá jeito em foto?

Bom, foi ótimo conhecer vocês. Fiquem tranqüilos que eu vou continuar postando até o dia do juízo final.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Mulheres que amamos: a mulher Darth Vader

Tem mulher que é dark. Que curte o lado negro da força. Você sabe que ela tá chegando porque escuta a marcha imperial e as florzinhas vão murchando. Mulher dark odeia florzinha. Ela quer que florzinhas morram. É mais poético.

Outra maneira eficaz de saber que ela tá chegando é olhar pra cima. Se tiver uma pequena nuvenzinha preta em movimento, ela vem logo abaixo. É um tipo de mulher meio mal humorada, que parece pisou na merda. Só que imagina que a merda não existe, mas também nunca sai do coturno. É, porque dark que é dark só anda de coturno.

A família tem uma certa vergonha. No quarto dela tem uma vela vermelha enorme. Uns posters do Sister of Mercy... Os pais não entendem, os primos não acompanham e os irmãos fingem que não conhecem. A mãe, coitada, se pergunta onde ela errou. Comprou tudo rosa pra essa menina quando era pequena e agora ela só usa preto.

Aliás, se nesse fim de ano você tirou sua amiga dark de amigo-secreto, a sorte grande bateu à sua porta. Calça preta, blusa preta, gato preto, preto veio, ouro preto, só preto sem preconceito, fuscao preto... qualquer coisa que tenha preto vai combinar com o guarda-roupa dela inteiro.

Dark não tem cachorro, dark tem iguana. E ela fica com aquele lagartão no ombro dando marioposa morta pra ele. Chama o bicho de Robert Smith e leva ele pra passear na coleira de tachinha.

Não vamos confundir a dark com a Gótica. A Gótica nada mais é do que uma dark com explicação. Ela faz parte do movimento. Sabe aquelas que vem com aquele papo de que “porque a sociedade...”.Decadente. É do tipo que se a mãe mandar o sobretudo pra lavanderia ela é obrigada a sair na rua disfarçada de gente normal.

Mas tem um estilo de Dark que é mais light. Na verdade, esse tipo mais light frequenta a casa dos 30 anos e já pode ser considerada praticamente uma Bad Girl aposentada. Cedo ou tarde todas elas cansam de serem chamadas de Perpétua e urubu. Ela experimenta outras cores, já curte um shopping, não vai mais no Madame Satã, ouve um Cold Play... Vou confessar que esse tipo de mulher me atrai. É que geralmente elas são bem branquinhas, cabelo bem preto, algumas com umas tattoos... E esse arzinho meio ácido tem seu charme. Mas a longo (ou médio, ou curtíssimo) prazo o mau humor e a mania de reclamar de absolutamente tudo irritam qualquer cristão afim de entregar a alma. Tem que ter saco.

E aí se interessou por esse tipo de mulher? Tá precisando de uma orientação? Não sabe o que fazer?

Bom, se ela usar uma cruz gigante no pescoço, relaxa que não é vampira. Em todo caso, leva ela pra almoçar no Filé do Moraes e pede aquele com alho.

Se ela for meio gotiquinha vocês podem dar um rolê no cemitério do Araçá. Vai de tarde antes que ela invente de ir de noite. Veja sempre pelo lado bom, assim você anda bastante e faz a digestão. À noite, leva ela pra sua casa e aluga o Nosferatu.

Se ela for das lights, fica bem mais fácil e muito menos mórbido.Uma baladinha rock n’roll resolve bem. Ela vai reclamar um pouquinho. Mas é só do caminho que você fez, de onde você parou o carro, da banda, da bebida, da comida, da vida, de você, dela, da mãe dela, da iguana que não aguenta mais mariposa, do sapato que aperta... Aguenta firme. Tirando isso o resto é ótimo. A mulher é inteligente, sexy, charmosa, com dezesseis anos já tinha lido mais livros que você na sua vida toda e na cama é um espetáculo.

É, tem mesmo que estar afim de encarar uma mulher from hell.

Um pézinho no inferno não faz mal a ninguém. Mas se me ver abraçando o capeta separa que é briga.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Comprando telefone.

Outro dia desses eu entrei numa dessas lojas de telefone celular. Uma mocinha veio me atender. Todo mundo já viu uma mocinha de loja de telefone celular. Camisa de manga curta branca, logo da operadora no peito, cabelo bem preso atrás da cabeça. São como as operadoras: todas iguais.

Meu celular que tira fotos, toca mp3, rádio, canta, dança, fala e até faz ligações deu problema. Por isso tive que comprar um bem fuleiro pra quebrar o galho por uns tempos.

- Oi, tudo bem?

Com uma voz suave e cadenciada ela me responde:

- Tutu pein, e o senhor?

Tutu pein? No começo achei que era pegadinha do Faustão, mas resolvi continuar a conversa

- Tudo. Então, sabe o que é, meu celular quebrou e eu preciso comprar um pra ficar de reserva enquanto ele vai pra assistência técnica. Qual é o telefone mais barato que você tem aí?

- Olha senhor, eu vô ta tendo esse telefone aqui da Gratienti. Ele tem fifa fois, tem tiversos toques de chamatas polifônicos, fissor colorito e bateria que tura até tesoito horas ti conversação.

O que a gente faz com uma pessoa que fala assim? Não consigo muito bem denominar esse tipo de pronuncia, digamos que a mulher falava de um jeito meigo-descontrolado. Ela troca as letras. Show de horror, só faltava quebrar o pescocinho de lado e botar o dedo na boca.

Eu lá decidindo se ria, se virava as costas e ia embora, se imitava ela, se mandava trocar de atendente ou esperava até chegar em casa pra escrever um post.

- Então, e quanto custa esse aparelho?

- Custa cento e tessessete reais. É o mais parato. E o senhor pode estar pacanto com seu cartão ti cretito fissa ou master-cart em até tuas fesses sem churos.

Já pensou uma mulher dessa em casa? Te chamando de querito?

- Querito, o chantar ta na messa.

- Querido, to into tomar panho.

- Querito, o contominio ta atrasato.

Teus me lifre...

Eu não consegui comprar o celular naquela loja. Fiquei com receio. Vai que o telefone fala que nem ela.

- Alô? Tuto pein?

Amo muito tudo isso.

Quando se mora sozinho, o sujeito acaba criando algumas excentricidades gastronômicas. Acontece por vários motivos: falta de alguém que cozinhe, falta de comida na geladeira, falta de tempo, falta de supermercado, falta de vergonha na cara, falta de paladar...

Mas se falta tudo isso, sem sombra de dúvida, sobra criatividade.

Nos momentos de pânico, nos mais lariquentos, mais lombriguentos acabam surgindo verdadeiras pérolas da baixa gastronomia caseira em misturas desesperadas para fomes descontroladas.

É o famoso menu da xepa.

Eu não sou chegado nessas misturebas. Aliás, nem salgado com doce eu não misturo. Sou daqueles que passa vergonha na casa da tia mas separa todas as uvas passas do arroz na ceia de natal. Adoro arroz. Adoro uva passa. Mas não junto. Mas arroz com passas é chique e não vem ao caso.

Pra chegar a essas iguarias, fiz uma grande pesquisa entre os meus amigos. O que me surpreendeu nos resultados foi que as maiores bizarrices vieram daqueles que moram na casa dos pais! Será que é porque, ao contrário do que se pensa, não é a falta de opção e sim o excesso dela que faz a pessoa ter esses acessos de insanidade culinária?

Pra começar, um pãozinho sempre ajuda. O Pão é o melhor amigo do lariquento sem noção.

Pão com queijo ralado e pão com manteiga e nescau estão entre os clássicos. Mas ouvi umas coisas que me deixaramum pouco preocupado com o bem estar das pessoas...

Pão com doritos?
Pão com sal??
Pão com arroz???
Pão com pasta de dente????

Você abre sua geladeira com um pãozinho na mão. Não tem requeijão, nem nutella, nem manteiga. Deixa ver, agua você não pode por no pão. Nem leite. Alface é muito sem graça. E gelo? Não, gelo é muito crocante. Hummmm, e esse ovinho aqui? Mas ovo você não sabe fritar. Muda de cômodo: vai pro banheiro. Creme dental! E essa sua cabeça gorda e seu estômago decadente te fazem comer isso.

Sanduba de colgate. Será que nem precisa escovar os dentes depois.

Afff....

O miojo também é um grande amigo nessa horas. Tem até comunidade no Orkut com receitas bizarras de Miojo. Com ovo frito, com canela, com açúcar, com batata frita e por aí vai. O que tiver na frente, joga no miojo e manda pra dentro. Isso quando as pessoas cozinham o miojo.

Porque miojo cru com requeijão também é bem difundido. Aliás, já ouvi lendas de Miojo cru com caviar... é quase como colocar um câmbio de siri numa porche.

E feijão gelado com azeite? Quem experimentou disse que é espetacular, chegar em casa de madrugada e comer aquele feijãozinho que estava reservado para o almoço do dia seguinte com um fio de azeite é o que há.

E você? Confessa aí, manda ver num biscoito de agua e sal com danoninho?

Pois eu conheço gente que acha isso uma iguaria.

domingo, dezembro 03, 2006

Frontino Eunápio

Mais requentado de fim de semana. Sempre escrevi muito pra falar do meu pai. Ele sempre rendeu boas histórias. Agora, essa a seguir, é a única sobre minha mãe. Dou risada sozinho toda vez que leio.

Gastón.

Frontino Eunápio

Minha mãe tem uma coleção. Ela coleciona nomes “diferentes”. E a coisa é séria, tem até um caderninho especialmente dedicado ao hobby.

Mas sem aqueles clichés de Um, Dois Tres de Oliveira Quatro, Rolando Escada, etc...

Tudo começou com uma conversa entre ela e o meu sobrinho mais velho que costumava passar algumas tardes aqui em casa sendo paparicado pela avó.

Um dia, enquanto ela lia o jornal, achou a nota de falecimento de uma mulher chamada Eufêmia. Meu sobrinho caiu na gargalhada. Coitada da D. Eufêmia, não se livrou da tiração de sarro nem depois que bateu as botas...

Mas desde então minha mãe passou a visitar todos os dias as notas de falecimento pra rechear sua coleção de nomes bizarros.

Tirando um coco com a dor alheia. A família de luto e minha mãe lá:

-Dezolina, hahahahahaha, Dezolina....

Não sei você mas eu costumo ler os quadrinhos do jornal pra me divertir...

Normalmente esses nomes são de pessoas mais velhas mesmo. Ninguém aí teve aquela tia avó que mora no interior? Aquela que você nunca viu mais gorda, mas sabe que tem um nome estranhíssimo? Que tal D.Encarnação? E D.Primitiva, o que acha? E o Tio Osmundo onde anda? Meu cunhado tem uma tia que se chama Faraírdes...

Bom, resolvi selecionar algumas pérolas da tal listinha:

Umbilina
Neselésio
Renilço
Albinezete
Astuleita
Caliméria
Fínula
Dioscórides
Ilbama
Pantalena
Bibilinda
Pirosca

Meu, uma interrupção na lista para um comentário: já imaginou você filho da D. Pirosca?

Parasca
Mozarildo
Diaulas
Latamira
Jardelina
Merenca
Damirda
Raspalvo
Arystóbulo
Protásio
Almerigo
Sezenando
Gelsumino
Abdorsina
Catalda
Genorina
Oanalison

Então, gostaram da lista da D. Zaine? Sim, minha mãe se chama Zaine (se lê Zâine). Ta, não é nehuma Umbilina mas vamos combinar que a minha avó podia ter ajudado...

sábado, dezembro 02, 2006

Nem no sábado?

Dando início a série de requentadas do Croquer Monsieur aos fins de semana, nada com nome mais sugestivo para um dia como esse. Espero que gostem.

Gastón.

Nem no sábado?

Esses dias, fui numa reuniãozinha no apartamento de um amigo. Algumas garrafas de vinho, muitos amigos próximos e muita, muita risada.
Foi por aí que começou o assunto:
- Eu conheci um Holandês que esta há 6 anos sem tomar banho.
- O quê?????
- É, ele não toma banho há 6 anos.

Tá perplexo? Sua cabeça está assim: recebendo 1 de 43 perguntas? Pensou "Caraca, que nojo"? Vai dar porco no primeiro prêmio amanhã?

Imagina você ouvindo isso com a cara cheia de vinho... quase caí da cadeira.

Bom, tenho que dar o testemunho que, o máximo de tempo que eu já me vi obrigado nessa vida a ficar sem tomar banho, foi 3 dias. Sim, 3 dias sem saber o que é sabão. Pois é minha gente, tem coisas que só um mochileiro pode experimentar. Aliás viajar de mochilão faz a gente perder um bocado de frescuras. Pra economizar tempo e dinheiro, fui obrigado a economizar sabonete também. Passava o dia todo numa cidade e viajava de trem leito durante a madrugada para conhecer outra no dia seguinte. Só que fiz isso três dias seguidos.

O reencontro com o chuveiro foi emocionante. Tim Robins em um sonho de liberdade, lembra? Sorte que o albergue era bom e estávamos em baixa temporada. Eu tinha a minha inteira disposição 15 chuveiros num banheiro completamente vazio. Cantei o "Sole mio" de trás pra frente umas 12 vezes.

Mas eu tava super adaptado entre os nativos porque por lá onde andei tem um monte de gente que não é muito chegada numa aguinha...

Bom, mas voltemos ao nosso amigo que está há 2190 dias sem tomar banho por livre e espontânea vontade.

Segundo quem esteve no local e conferiu de perto, o sujeito não fede.
Como não fede, me explica?
Ele tem um cheiro diferente, seja lá o que isso signifique. Não é fedido, não é aquele futum danado, aquele anãozinho morto, é apenas um cheiro diferente. E a pele fica com uma textura diferente (cascão virou textura...).

A explicação é que, depois de um certo tempo (um tempinho, uns 3 meses) o corpo se adapta a essa nova realidade. Em 3 meses você vira um forno auto-limpante! Sim, parece que o organismo cria umas defesas... tipo uns bichinhos, toda uma fauna e flora sabe, quase um ecossistema. Já pensou? Nossa, que coisa mais auto-sustentável. Tipo, o cara não pode mais tomar banho senão mandam chamar o Greenpeace.

Agora vamos levantar umas questõezinhas básicas, umas perguntinhas meio óbvias:

- E o cabelo?
- E "as parte"?
- E atrás da orelha?
- E na hora do Vamos ver?
- E depois do Vamos ver?
- E no próximo Vamos ver?
- Será que alguém quer ver?
- Nem antes de sair do motel?
- Nem no aniversário?
- Nem no primeiro encontro?
- Já leu a turma da Mônica?
- Dá pra fazer aula de spinning todo dia?
- E se chover, são mais três meses fedendo pra cultivar a fungolândia?
- E depois de sair do mar? Meu Deus, depois de sair do mar...
- E se fizer croquete na areia?
- As coisas vão grudando em você?
- Cachorro faz xixi no seu pé?
- Moscas: amam ou odeiam?

São infinitas as questões.

Mas pera aí, tem o lado bom disso tudo. Quanto ele economizou? Ãh, ãh?

Levando em consideração que uma pessoa que toma dois banhos diários gasta, em média, um sabonete por semana, um shampoo por mês e paga uma certa quantidade de água por isso, temos:

1 sabonete - 1,50
1 Shampoo - 10,00
1 mês de água (só chuveiro) - 20,00

6 anos = 72 meses ou 312 semanas.

Sabonete: 1,50 x 312 = 468 reais
Shampoo: 10,00 x 72 = 720 reais
Água: 20,00 x 72 = 1440 reais
Ser chamado de porquinho: não tem preço.

Tá bom vai, vamos aceitar o fato de que é absolutamente nojento mas cientificametne explicável.

Existe coisa melhor nesse mundo do que tomar banho? Exite, são poucas e, geralmente, só ficam tão boas se a gente puder tomar um banhinho antes ou depois.

Fica imaginando o desgosto da mãe desse sujeito...

 
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